12 de maio de 2014

Até nós podemos amar

E eu estava ali, quieta, sozinha, com apenas meus pensamentos como sempre e então eu percebi que algo dentro de mim estava diferente, eu me sentia quente e acolhida. Sem saber o motivo, eu me senti perdida, eu não sabia o que fazia e estava assustada. Não poderia imaginar que o que ardia dentro de mim era amor. Como, alguém solitário e vazio como eu, poderia imaginar que algum dia seria tão quente por dentro? Sempre fora gelado, frio. Chegava até a nevar vez ou outra.
E então eu percebi que amar era algo que todas as pessoas eram capazes. Até as mais frias. Onde, com sua frieza, se tornava o amor mais puro e quente de todos. Onde, com toda a certeza, não queríamos magoas e nem magoar ninguém. Apenas queria amar e ser amada. 
E então, novamente, eu percebi que nesse ponto, eu era como todas as outras pessoas. Essa era a ponte que me ligava a elas. Eu me tornei parte da sociedade que um dia me excluiu, porque eu aprendi a amar. E aprendi a amar sozinha. Não precisei de livros. Nem de pessoas. Eu precisei de tempo. E o amor veio no tempo certo.
E então, estava eu, lá, sozinha... Mas com o amor ardendo dentro de mim.
Jéssica Villar Vach

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