12 de janeiro de 2016

Olhos azuis

Com minhas lágrimas caindo, eu chamo por você
Encontrei o amor, perdido em meio de esquinas vazias, prostitutas espalhadas por qualquer canto dessa cidade. E encontrei o amor. Encontrei você. E chamei por você. E desejei você. Não de forma sexualmente e abusiva... De forma protetor, possessivo.
Chamo por você
Grito seu nome e tudo o que escuto é o silêncio da noite. As cigarras do inicio de verão... O ar quente queimando meu rosto, fazendo minhas mãos suarem.

"I Miss You"
É o que posso dizer.
A vi em um dia qualquer, vagando, por ai.
A desejei nesse mesmo instante.
A vi como criança, fugitiva, mas a vi como criança.
Eu só não entendo, porque você não entende
Toquei sua mão, em um doce sonho com seus olhos azuis e cabelos cor de ouro. Olhei seus olhos e os vi sorrirem para mim, fazendo deste simples escritor um completo apaixonado por eles - seus olhos azuis -.
Gritando como um louco, eu amo só você
Amor é forte. Mas amo o modo como seus olhos sorriram para mim.
Amo o som doce de sua voz ao sussurrar meu nome...
Tudo bem, posso acordar agora.
E agora estou desperto.
Com um vazio no corpo.

Tudo bem, voltarei a dormir pela manhã, enquanto escrevo sobre isto novamente e novamente.

Pouca coisa

Ele me deixou, duas vezes ontem e uma vez hoje, por coisas bobas e leves. 
Por algo fútil.
Se é capaz de me deixar por pouca coisa, como posso saber se é até o fim? 
Se chegaremos a ter uma vida juntos? 
Como posso acreditar no que ele me diz, se age de forma totalmente diferente?
Por pouca coisa, sinto vontade de o deixar.
Frágeis toques da eternidade.
Quem está desistindo de segurar a mão de quem?
Embora minha mente me diga para apertar aquela mão, meu orgulho me explica todos os motivos para deixar como está, pois se tiver que ir embora, apenas deixe ir.
Machucados por migalhas.
Lágrimas contidas.

Desejei por anos

  • Desejei, por anos, sentir a liberdade na pontinha de cada dedo de minha mão, porém a liberdade não era sentida ali.
  • Desejei, por anos, ter algum colo a me acolher quando a dor se fizesse presente no peito, porém gatos não davam colos, mas sim presença.
  • Desejei, por anos, escrever coisas para ser reconhecida, porém ser reconhecida por mim mesma era o primeiro passo.
  • Desejei, por anos, um amor ao qual não poderia descrever, porém já o tinha.
A liberdade é sentida no peito.
Felinos são a alma do amor.
Reconhecimento vem de si mesmo, sempre.
Notamos quando perdemos.
Ou perdemos quando notamos?

Amargura

Esse é o melhor que posso fazer/
Cortar os pulsos ou jogar-me de uma ponta.
Posso deixar o amor me atropelar,
E dizer que isto é tudo o que restou.
É o melhor jeito, embora me quebre.
Se é melhor, porque estou chorando?
Posso inventar o amor em linhas e versos...
Então porque está sendo tão difícil?

Posso ser amarga daqui uns dias;
Deixei-me sofrer por agora, pois ainda sou humana.
Deixei-me chorar por estes segundos...
E no segundo seguinte, voltarei a amargura.


Deixe-me esfarelar-me.
Cortar-me.
Apenas nesses dois segundos...
Deixe-me solitária.