Eu Tentei Ser o Que Você Mais Queria...

ANDREIA
Eu estava la, eu vi tudo, vi quando ele beijou outra, depois de tantas palavras, e declaraçoes minha, eu achei que realmente que ele sabia, mas eu não sabia se estava certo. Dentro de mim, algo gritava para sair correndo, gritava para fugir, para esquecer, por que eu só ia me machucar. Eu realmente não entendia... Não entendia como ele podia ser capaz disso... Será que ele nem pensou na declaração que fiz? Depois que terminou o beijo ele me olhou e veio em minha direção, me olhando com os mesmos olhos de ontem, eu não... Não iria acreditar nele de novo, eu não suportaria isso de novo. Droga por que fui ser tão mole assim?
- Andreia, não é isto que você esta pensando. Eu... - E a marca de meus dedos ficaram no rosto dele, horrorizada comigo mesma, nunca havia batido em alguem, no rosto. Mas foi um belo tapa, e o encaro e digo firme.
- Não quero que se aproxime nunca mais de mim! Se não vai levar mais do que este mizero tapa. - Viro as costas e me afasto, sorridento comigo mesma. Eu sou de mais, eu me amo e ja é o suficiente.

 DOUGLAS

Eu sinceramente, não sei por que ela ficou tão brava, aquela bofetata ainda dói, mas confesso que fiquei impressionado e orgulhoso quando ela fez isso, pelo menos sei que ela vai se dar uma de dificil. Alias eu nem sei por que beijei a Mariane, mas tudo bem, vou falar com a Adreia e fazer ve-la que só quero ela. Corro atras dela? Acho que é melhor, meu ego não esta nem um pouco destruido. - RINDO - Ela esta furiosa, só pelo jeito que ela anda. Correndo atras dela.
- An, volta aqui, vamos conversar?
- Nao me chama assim, seu cretino, vai embora, não quero ouvir suas desculpas mentirosas.
- Eu beijei ela por que... Ah sei la. - Ela me olha por sobre o ombro e revira os olhos, um jeito de nojo.
- Você a beija e nao sabe por que? - Ela ri ironica. - Essa foi a pior desculpa. Tente outra.
- Beijar você deve ser melhor... - Ela para e me olha, os olhos de um azul quase violetas demonstram ódio...
- Olha aqui garoto, não sou nenhuma p*** que você pega na rua, eu tenho familia, coisa que talvez você nem conheça. Tenho meu dinheiro, eu trabalho e sou honesta. Agora você... Me diga algo que me surpreenda.
- Eu te amo! - Ela me encara chocada mas revira os olhos e diz perdendo a paciencia.
- Qual é a graça em destruir meu coração? É certo me maguar? - Eu a puxo para tentar tomar-lhe os labios mas ela vira o rosto. - Ah, me solta Douglas, eu não quero que me toque, nunca mais. - Ela grita furiosa. Pressiono meus labios contra os dela, ela tenta recuar, mas depois se agarra a mim, como se eu fosse evaporar. Ela aprofunda o beijo, esperando por mais e mais. Ela é diferente de todas... Aqueles labios macios, eu sinceramente não consigo esquecer... Nem evitar. Ela passa os braços eu volta de meu pescoço. Mas recua, com os olhos azuis pegando fogo.
- An, não vai me bater de novo? - Pergunto vendo-a se afastar.
- Não me siga, segue sua vida, é melhor... Eu sigo a minha... - Ela se interrompe e olha por sobre o ombro e diz: - Sem você.
Aquelas palavras, destruiram-me... Eu não sabia o que dizer, o que agir, como conquista-la, ela parecia um vulcao em erupção. Eu grito, mas ela finge não ouvir. "Não vou desistir de você!".

ANDREIA

O que ele pensa que é? Ou o que é meu? Balanço a cabeça idignada comigo mesma. Como ele ousou me beijar? Pelo menos algo em mim vai existir né? Algo concreto, não sonhos, ja o beijei antes, mas esse beijo foi melhor do que os anteriores... Se ele acha que vou voltar atras do que falei antes, esta bem enganado. Eu fui burra de mais em me jogar nos braços dele, isso não pode mais acontecer, eu realmente não sei por que me joguei nesse jogo dele, ele não passa de um oferecido, que gosta de destruir o coração das gurias que por ele se apaixonam... - suspiro - Será que é errado se apaixonar por alguem? Querer alguem de mais? E ser correspondida?
- Andreia, amiga por que essa cara de quem vai matar alguem? 
- Ah não vem com essa, vou matar o primeiro que se por no meu caminho!
- Tudo bem, to indo. Quando esse seu mau-humor chamado Douglas passar me liga, certo? 
- Ta. - Saio caminhando, sem dar tchau, nem nada, alias meu humor estar pessimo.



Estou em casa, planejando um final de semana não perfeito, isso que eu faço de melhor, assim eu esqueço o que eu vi na escola. Estou louca pra fazer 19 anos e ser dona de mim mesma, assim eu saio dessa cidade... Que raiva, eu odeio essa vida, quero ir morar com meu pai, minha mae não me deixa sair, nem fazer nada. Meu pai tem regras, mas ele não fica me vigiando o tempo todo que nem ela, ainda bem que hoje ela trabalha até tarde. Eu realmente não sei quem sou. Droga, por que eu to mudando de assunto? Ai que coisa, nem controlo mais meus pensamentos!
- Andreia, cheguei mais cedo, fiquei sabendo da escola ou o seu caso com ou Douglas, ou a briga. - Minha mae, fala entrando no quarto, eu nem sabia que ela tinha chegado, levei mair susto.
- Ah será que eu não posso ter um segredo? - Berro, furiosa.
- Andreia, abaixa seu tom de voz, não sou suas colegas! - Ela me repreende.
- Quero ir pra casa, Samanta... - Eu digo quase que num sussurro, nunca a chamo de mae, é estranho chama-la assim.
- Você esta em casa, filha. - Ela diz, entrando em meu quarto e indo em minha direção na cama. - Quer conversar?
- Eu quero ir embora, só isso, aqui não é meu lugar, quero meu pai, quero esquecer este lugar.
- An...
- Não, por favor, não tente me convencer de ficar... Não tente, não vai funcionar, me desculpe... Mas aqui não é minha casa.
A Samanta me olha com os olhos cheios de lagrimas. Eu não queria magua-la, a abraço forte.
- Aqui é minha casa, mas nada esta dando certo, por favor mae. Me leva de volta. - Sem me conter, começo a chorar.

DOUGLAS

- Ela o que? Ela vai embora??? - Eu corro o olhar por todo o colegio pra ver se a vejo. - Sabe por que?
- Não sei, ela estava tão braba ontem, a mae dela me ligou avisando, que sabado ela vai pra casa do pai. - A Brenda, a susposta melhor amiga dela falava isso com tanta calma, como se falasse de flores ou do tempo. - Eu sei la o que deu nela, talvez foi por causa da briga de vocês... Ops falei de mais. 
- Olha aqui, a minha briga e a dela é só entre agente Brenda, e você que diz ser tanto amiga dela, não esta nem ai! Ou sera que estou errado? - Digo, furioso, perdendo a cabeço, quando meus olhos batem com os olhos dela, ah aquela cor, tão viva, mas tinha uma coisa dentro daqueles olhos, ela desvia... E ri consigo mesma.

ANDREIA

O que eu to fazendo? Por que to perdendo tempo nessa escola? Ah que droga, não sei o que fazer. Troco a mochila de ombro e me viro pra ir embora, mas uma mão me prende, e me empurra contra a cerca da escola. Eu me viro e vejo um par de olhos castanhos tão lindo... Que perco o folego, ja tinha visto varias vezes... Mas sei la... Ah que droga, to me deixando levar de novo.
- Não me diga que você vai mesmo embora? Eu pensei que você... Que nós, iriamos ficar aqui ate completar 19 anos, você ficaria comigo...
- Cala a boca, fica quieto, eu desisti certo? É a melhor coisa que eu fiz esse tempo todo. Alias - Desvio o olhar e começo a mexer na terra com o tenis. - eu vou ficar melhor la do que aqui, la é meu lugar, e não vai ter você la... Pra destruir mais ainda meu coração.
- É assim que você me vê? - Ele ri, mas sem humor. Algo diz que ele vai me machucar com palavras, de novo. - É isso que você quer, me deixar? Deixa seus sonhos? Ou o sonhos que construimos juntos? Eu pensei que era importante pra você, mas eu vi que eu era apenas um brinquedinho para você. Mas ja te disse, eu beijei aquela guria por beijar, não por que sentia algo por ela, agora se não você não quer acreitar, não vai ser eu que vou mudar isso né? - Ele se vira pra ir embora, vejo ele se afastando, ele nem deu tempo para eu responder. 
- Tudo bem, pode ir, segue sua vida Douglas. Que eu sigo a minha... - Eu grito, furiosa, ele me olha por sobre o ombro e me encara. - Sem você! - Eu sussurro para mim mesma. 
Viro as costas e sai da escola, que droga, só perdi tempo. Passo por todas as lojas que eu e ele fomos e passo a mão nas paredes, e sussurrando. - Adeus - Querendo ou não, vou sentir falta disso tudo. Vejo ele sentando num banco, eu paro, olhando-o. Sera que vou la falar com ele? Não... Não vou. Passo reto por ele, e o sinto suspirar.

DOUGLAS

Ainda nao acredito que ela vai embora, vejo que ela esta me olhando, mas não vou correr atras de alguem que não quer mais nada. - Suspiro - Acho que meu mundo desabou agora né? Acho que o meu mundo era ela. Eu queria tanto que ela ficasse, queria tanto que ela entedesse... Eu a queria aqui. Mas agora eu sei que o mundo dela nao é aqui, como eu pensava que era... Eu acho que fui burra de mais para acreditar em tudo, que ela ficaria, que agente cumpriria nossos sonhos... Mas acho que estava errado. Não passou de um sonho e quando eu me acordar nada disso vai ser real!

ANDREIA

Acho que ja ta tudo dentro do caminhão, olho para a casa e vejo minha mae, sempre controlando seus sentimentos que agora ela começa a chorar, vou la e a abraço forte... Recuo um passo e vejo na janela o Douglas, olhando para mim, acho que é certo ir la e dizer adeus né? Me aproximo da casa denle, na frente da porta onde ele esta e ele faz sinal negativo com a cabeça. Eu sinto vontade de chorar, queria abraçar ele pela ultima vez, contiuo avançando, não vou deixar ele me impedir disso.

DOUGLAS

Por que ela não para? Não quero que ela venha ate aqui, se eu tocar nela nunca mais vou deixar ela ir embora... Por que ela faz isso? Por que ela ta me torturando... Eu realmente não sei... Ela para na minha frente, com os labios tremulos e os olhos lagrimejados. Eu quero abraça-la, beija-la, mas sei que não vou mais solta-la, eu não posso correr esse risco. 
-Douglas. - Ela grita e me abraça, eu perco o ar, quando sinto as lagrimas dela passarem pela minha camiseta. Ela aperta seu abraço, eu não consigo corresponder. 
-Andreia... - Sussuro e a abraço forte.
Eu não posso deixa-la ir, eu não vou conseguir ficar aqui sem ela... Eu não posso ficar aqui sem ela... Onde eu e ela compartilhamos muitas coisas. Eu te amo, e as palavras não saem pela minha boca, ela não me solta, eu não a solto. Ela aperta as maos em torno de meu corpo. Começo a chorar tambem. Alguem a chama, mas ela não me solta. Depois de uns 5 minutos ela se afasta e me olha.
- Estou indo... Então acho que é um Adeus, né? - Ela desvia o olhar...
- Tudo bem... - Antes que eu possa terminar, ela cola seus labios nos meus, por que ela ta fazendo isso... Eu correspondo ao beijo, passando meus braços em torno de sua cintura. Ela separa seus labios e me olha.
- Eu te amo. - Ela diz e se vira. Ja indo em direção ao carro. Ela me olha por sobre o ombro e sorri, um sorriso triste. 
- Eu te amo... - Eu grito... - Fica An...
- Agora é tarde, esta tudo pronto... Quem sabe um dia gente não se vê? - Ela me encara, com os olhos mais lindo do mundo. Eu corro em direção dela e a pego no colo, giro-a no ar. Ela entrelaça seus dedos nos meus cabelos.
- Não vou deixar você ir... Quero você aqui, e você vai ficar. Alias sou obsessivo lembra? - Ela ri, e me beija. Eu a coloco no chão sei separar meus labios dela.
- Moça, anda, temos hora.
- Ela não vai mais. - Digo em tom autoritario. - Você pode morar comigo se quiser, alias você sempre quis uma casa, bom eu moro sozinho... Hum só com meu gato, o que você acha?
- Mas... Eu... Disse... Eu... Ia la morar... - Eu a silencio com meu dedo e a encoro
- Você não vai... Ta decidido!
Ela entra na minha casa, e antes de fechar a porta por sobre o ombro ela sorri e diz:
- O quarto é meu. - E sai correndo... Eu a sigo.

 

Jéssica Villar Vach