21 de maio de 2018

Uma vez, duas vezes, três vezes; Eu queria morrer

Quis morrer uma vez, duas vezes, três vezes. 
E tantas outras que parei de contar em algum momento.
Quis morrer por diversos motivos e alguns nem valeriam tanto a pena assim, pelo menos por agora. Nos momentos que senti vontade de retalhar os pulsos e machucar minha carne, eram importantes. Foram importantes.  São momentos que pensei que não passaria, que não sobreviveria... Pensei, em tal época, que aquelas seriam minhas ultimas palavras e meus últimos desejos.  
 Quis, ardentemente, morrer tantas e tantas vezes que não houve um arrependimento pelos pensamentos; E nem por ter sido ingrata com minha vida. 
 Escrevi cartas, com várias desculpas e desejos. Citei coisas que me levarão até aquela decisão - a de querer morrer - e citei defeitos de mim mesmo. Quis morrer, tirar minha própria vida, mas ainda queria escrever sobre isso. Queria deixar claro o motivo de minha ida, se realmente a fizesse, e gostaria que as pessoas a quem dediquei algum tempo e apresso soubessem disso.  
Quis mostrar minha dor e minhas decisões. Queria mostrar que não haveria arrependimento e que não lamentaria as coisas que fiz, pois em dado momento, fora o melhor que pude fazer. 
 Lembro dos motivos e lembro das dores. Lembro dos pesos que puseram sobre mim e nem perguntaram se estava tudo bem em carregar, coisas que nada tinha a ver comigo. Assumi erros, falhas e mentiras que não eram minhas. Aceitei xingamentos, risadas e deboches para coisas que eu gostava e de atitudes que eram certas. Fui acusada, mas me calei e deixei que pensassem o que quisessem... E todas essas coisas, me mataram. 
 Não fui eu quem me matou. Não fui eu que me tornei fria e apática sobre toques e sentimentos românticos. Não fui eu que escolhi o drama para escrever. Me obrigaram a fazer parte dessas coisas quando me fizeram querer morrer, quando não me perguntaram se eu estava bem.
Quis morrer uma vez, duas vezes, três vezes e infinita vezes. Perdi as contas e o que era a vontade de viver desde quando era pequena. 
E a pior parte não foi a vontade de morrer, a de estar cansada demais para continuar, foi as pessoas fingindo me entender. E fingindo serem amigas... E fingindo se importar.
Essa sempre será a pior parte.

28 de janeiro de 2018

Preste atenção, mas somente um pouco

Aviso: Se for o tipo de pessoa que nunca gostou de outra, mesmo em um relacionamento, isso não é para você. 
Adoramos café e não nos importamos se está quente ou frio ou se foi re-esquentado ou não, na verdade nem ligamos para isso. Somos mais o tipo de sentar em uma cadeira desconfortável ou bebericar em pé, ou simplesmente nos sentamos em frente ao computador ou notebook e acabamos por esquecê-lo ali, até que olhamos ao lado e avistamos nossa caneca e passamos a tomar, de pouco a pouco, pois para nós, o pouco a pouco é significativo.
Estar em um relacionamento não é um mar de rosas e as vezes pensamos que é muito sufocante, e eu concordo. Na verdade, um relacionamento é só um mar, pois as rosas existem apenas no começo, na juventude.  Nesse momento nos deixamos levar pelo sentimento que palpita forte em nosso peito, que toma controle de nossa razão a aceitamos coisas que não aceitaríamos normalmente. É um sentimento comum, principalmente no começo. Amamos e somos amados com uma eloquência desconhecida e sem limites, nos tornamos agressivos e meigos demais, até um momento. Quando passamos a parar de pensar com o "coração" e sim pela mentalidade, notamos que dar as mãos não é algo mais tão importante e que os beijos não são mais tão "especiais" como no começo e muita dessas vezes pensamos que o amor esfriou, sumiu, evaporou.
Não é verdade.
Nem um pouco, na verdade é bem longe disso.
Por fazermos tais gestos tão repetidamente no começo, em algum momento nosso corpo - e alma - se acostuma com tais coisas e param de ser importantes e especiais. E isso não quer dizer que o sentimento parou de existir, é apenas algo que você já se acostumou e não é tão ruim como as pessoas passam a dizer. Na verdade, esse é o momento que você procura por gestos diferentes que nunca havia reparado ou maneiras que o seu par faz as coisas e isso é tão atraente que irá te fazer olhar para ele com uma cara esbanjando felicidade. É como algumas pessoas dizem (poucas), você se apaixona novamente por coisas tão pequenas e quase imperceptíveis.
Deixamos para lá novamente e nos focamos em alguma coisa que está em sua frente, seja seu gato pulando atrás de alguma mosca ou mosquito ou quando o titulo de um livro lhe chama a atenção, você deixa seu café de lado em suas mãos e apenas fica divagando sobre aquilo que está na sua frente... Ou nem isso. Ou sua mente te leva para algum lugar em sua mente onde merece mais atenção do que aquele café tão apreciado por seus lábios. 
E nesses momento que você passa a reparar nos mínimos detalhes é quando exatamente você percebe coisas que você não gosta ou não aprova. É quando você vê as falhas. E vendo as falhas e vendo uma terceira pessoa é quando você se dá conta de que seu coração pode ser frágil. Você passa a desejar que seu par faço aquilo porque alguém que você viu o fez e lhe honrou de uma forma única. É quando seu coração quer se entregar a uma terceira pessoa, mas não quer deixar seu par. É normal, eu diria. É normal porque você não quer deixar o atual relacionamento, não quer abandonar, você quer aqueles gestos e aquelas falas na pessoa que escolheu para ser seu par. E tendo isso em vista, você passa a pensar e enlouquecer em coisas como "porque ele não faz isso" ou "como pode ser tão difícil ele agir assim?", eu sei, é estranho e deprimente. Não é ruim.
E você não ama menos o seu par por pensar assim, você apenas queria que ele fosse a pessoa perfeita para seu gosto e sem saber, ele faz a mesma coisa. Ele olha para outras pessoas e pensa em como você é falha em algo que o terceiro é extremamente bom e cativante.
Isso não é menos do que prestar atenção aos detalhes e querer modificar algumas coisas. Isso não é porque seus sentimentos estão em uma fase de diminuição, isso é apenas porque você se importa ao ponto de querer arrumar algumas falhas de seu par.
Apenas isso.
Só isso.