13 de junho de 2011

Carolina e Rafael

 Uma garota, de 19 anos, bonita cheia de vida foi assassinada aos 29 anos. Pois seu pai descobriu uma traição horrível. Pelo menos para ele. O pai desta garota, ficou sabendo que sua amada filha se apaixonará por um rapaz, do clã inimigo. Seu pai a prendeu, a vigiou. Tentou impedir, por quando duas pessoas se ama ninguém pode separar. Ninguém mesmo.
 Os olhos de um verde claro, se encontraram com o azul céu. Os verdes se abaixaram lentamente. Pois não queria ver a beleza e a tentação. Enquanto o azul a encarava, com olhos angelicais.
 A garota de olhos verdes chamava-se Carolina. Ela era doce, gentil, carinhosa. Pois com um pai cruel, que matou a própria esposa. Por ciúmes.
 o Rapaz com olhos azuis lindos, fascinantes chamava-se Rafael. Rafael sempre fora treinado a matar qual quer pessoa do clã de Carolina. Pois não teve coragem, quando viu aqueles olhos verdes. Rafael sempre foi amado por todos que no clã dele vivia.
 Depois de 2 anos conversando com amigos, uns dos guardas do pai de Carolina a seguiu. Rafael notou, e a ameaçou. A jogou no chão e tudo, disse que a matava se o tal guarda se aproximasse. Carolina ficou sem entender, e viu o ódio no olha de Rafael.
 O guarda a tenta resgata-la mas é morto rapidamente, Carolina fica deitada no chão, incrédula, sempre detestará lutas. Carolina não queria olhar para ele e ver aqueles olhos a olharem como olhou o guarda. Carolina tentou controlar as lágrimas. Mas elas teimavam em cair.
 Rafael tenta chegar perto de Carolina, mas Carolina o empurra grotescamente. Rafael a puxa pelo pulso e a coloca em seu colo, com o rosto em seu peito. Carolina faz menção de gritar quando escuta aquela voz calma lhe dizendo:
- Calma, Carolina. Sou eu, não vou lhe fazer mal. Nunca.
- Eu vi no seus olhos, uma coisa horrível... - Disse Carolina com a voz trêmula ainda.

 Carolina voltando ao seu clã é pega pelos guardas e arrastada, até a praça e presa, os guardas disseram que a puniriam pela morte do guarda. O seu pai, malvado sem coração vai la e da três tapas ao rosto de sua amada filha. Rafael em cima de uma das arvores vê aquilo e fica com raiva. Queria tira-la de lá.
- Você me traiu, Carolina. - Dizia o pai dela. - Quer acabar como sua mãe acabou?
- Eu não fiz nada, papai por favor me solte. - Carolina implora para o pai chorando. - Papai por favor.
- Você ficará três dias aqui, sem água nem comida.
 Carolina não conseguiu dizer mais nada, quando teve forças pra falar seu pai já não estava mais ali. Rafael que a via la presa, sem comida nem água, foi la ao anoitecer. E ofereceu água a sua amada.
- Carolina toma.
- Rafael saia daqui, eles vão te matar. Rafael por favor vai. - Carolina sussurra para Rafael. - Vai embora Rafael.
- Eu te amo Carolina, não vou te deixar aqui sofrendo. - Rafael tenta arrebentar as correntes. Mas não consegue. - Eu te amo muito, sempre soube que você seria importante para mim. Eu te amo, seja forte, quando te soltarem aqui eu virei te salvar meu amor. - Rafael encosta os lábios na testa de Carolina. - Eu te amo muito.
- Rafael... - Carolina olha nos olhos azuis e vê lágrimas caindo sobre o rosto bonito de Rafael. - Eu te amo. Não me deixe jamais.
 Rafael quase não entende o que aquelas palavras queria dizer, mas depois no silencio ele entendeu que ela o amava, e pediu para ele nunca a deixa. Rafael pega e da um beijo eu Carolina. Carolina não queria esquecer o gosto daqueles lábios.
- Eu te amo. Te amo muito meu amor - Rafael falou, com os lábios perto dos de Carolina. - Vou tentar te tirar daqui meu amor. - Rafael começa a puxar a corrente. A tentar arrebentar, mais nada.
- Rafael eles estão vindo, vai meu amor.
- Eu vou voltar amor, te prometo. Amo você. - E nisso Rafael saiu correndo, e ninguém o viu.
 3 dias depois, Carolina foi solta.

 4 anos se passaram, Carolina estava grávida de Rafael, como esconderia isso... Seu pai ia mata-la... O que ela iria fazer. Fugir? Seria uma boa, mas seria perseguida, e não tinha para onde ir.
- Rafael, onde você esta?
- O chefe vai adorar quando souber que a filha esta sozinha, a noite, andando pela floresta. - Dizia um dos guardas de seu pai. - O que vamos fazer com ela?
- Você que sabe amigo.
 Os caras pegam Carolina e a jogam no chão, Carolina começa a gritar. E aparece membros do clã inimigo para matar os caras. E um dos membros era Rafael. Rafael a pega no colo, senta no chão e vê os cortes no rosto, no braço , na barriga e nas pernas.
- Meu amor, me desculpa, eu não quis arriscar, contei tudo a eles, e eles entenderam.
- Rafael... - Carolina fala ao sentar-se no colo de Rafael e agarrar-se ao pescoço. - Eu estou grávida... De você.- Carolina nota que todos prestavam atenção nos dois pombinhos apaixonados.
- O que? - Rafael fica com lagrimas nos olhos. - Eu vou ser pai... - Rafael a beija com ternura. - Eu te amo minha vida.
- Rafael... A barriga vai crescer, todos vão notar, e meu pai vai me matar... - Rafael olha os amigos de seu clã, o lider do clã acena a cabeça.
- Moça, se você quiser, agente podemos dizer que você foi sequestrada, não quero ver o Rafael triste se eu não permitir, ele sempre ajudou todos o possivel. - fala o lider do clã com calma e doçura na voz.
- Mas... vocês não vão se meter em problemas...?
- Querendo ou não, agente ja esta em um problema desde que vocês dois estão de lance. Mas não posso deixar que o amor de vocês seja destruido. E alias seu clã não pode nos atacar, eles sabem que agente fica na floresta. Somos poderosos por que nós somos da noite, enquanto vocês do dia.
 Carolina olha para Rafael e vê os olhos dele se tornarem termos, aqueles olhos dizia em silencio para ela " eu te amo " . Carolina aceita a proposta, mas queria ficar sempre perto do Rafael, o lider do clã não viu problema e deixou.

 Depois de um bom tempo, nasceu as crianças, eram gemeos, mas não de sexo, sim de data, pois era um casal, uma menina e um menino. Rafael, sempre cuidou bem de Carolina.
 3 anos se passaram, e Carolina saiu com umas meninas da clã, e encontraram guardas do seu clã, Carolina tenta correr, mas é pega e jogada no chão. Enquanto as outras moças sai correndo para o castelo do clã.
- Rafael a Carolina foi pega. Eles vão a matar, ela ia te contar hoje, pois estava gravida de você de novo.
- O que? - Rafael fica com os olhos em desespero. - Chama o Tharles.
- Sim senhor. - E a moça sai correndo em busca de Tharles.
 " Eles vão a matar " Isso não saia de sua cabeça, Rafael se joga no chão, não sabia como ia recuperar a sua amada. Tharles entra dentro do quarto que Rafael está e vai falar com ele. E vê a dor nos olhos dele.

-Me soltem agora, eu sei andar até lá. - Quando Carolina para de falar, ela leva um soco na barriga e desmaia.
- Meu senhor, nós a trouxemos. - Os guardam a entregam para o pai.
- Bom trabalho, serão recompenssados.
 O pai de sua filha a olha e ve a barriga maior que o normal, ele nota que ela esta grávida. Talvez pela segunda vez...
- Papai... - Carolina o olha com os olhos cheio de lágrimas.
- Por que você fez isso, Carolina? - Ele a bate no rosto varias vezes. - Você será morta...
- Não. Não. Papai por favor.. Eu fiz isso por amor...
- Por amor? Você fez é foi se matar. - E nisso ele a joga no chão. - Prendão ela na praça central. Vamos ver se o pai desta criança era aparecer.

- Rafael, vamos resgata-la calma. Primeiro mandarei meus homens, depois eu e você vamos...
- Eu quero ir com eles. Por favor.
- Rafael não posso te meter em apuros...
- E Carolina? Como ela vai ficar?
- Tudo bem, você vai com eles.

 Carolina presa na praça, ficava pesando em Rafael. Não queria que ele fosse morto tambem. " Rafael não venha meu amor, por favor, cuide de Ana e Jhonny. "
- Rafael eu te amo - Grita Carolina, pois o tinha visto na árvore. e faz sinal negativo com a cabeça.
- Eu te amo tambem meu amor. - Rafael falou em cima da árvore. - Desçam, matem todos em volta de Carolina, eu a pego.

 Todos obedeceram, e Carolina arregala os olhos, e ve que Rafael ja estava na sua frente. Carolina começa a chorar quando ve as lágrimas nos olhos de Rafael, ele tentando quebrar aquelas correntes. Ele a beija desesperadamente.
- Rafael vai embora, deixa eu seguir meu destino, por favor Rafael. - Carolina começa a chorar quando vê que ele sabe que ela esta grávida novamente. - Eu te amo tanto, volte, por favor...
- Eu vou te tirar daqui meu amor, eu te prometo...
- Rafael, vamos, eles mataram nossos homens. - Diz Tharles atras de Rafael.- Vamos.
- Tharles...
- Meu amor... Vai. Tharles não deixa ele ver. Por favor.
- Não vou deixar querida.
 Rafael beija sua amada Carolina, depois sai correndo. Junto com Tharles.
- Eu te amo meu amor, nunca se esqueça, vou sempre estar com vc...

 Carolina foi queimada, e enterrada, 3 dias depois seu pai foi morto por Rafael. Rafael nunca esqueceu sua amada, e nunca se envolveu com mais ninguém, só pensava em sua amada.
- Por mais que a distancia seja muita meu amor, eu ainda sinto seu amor, e seu toque. - Rafael sussurrou olhando para o tumulo de sua amada na noite. - Eu te amo, Eu sempre te amei.

12 de junho de 2011

O Lobo e a Menina

Foto retirada de uma rápida pequena no google, direitos autorias ao seu criador.

Uma jovem criança humana corria em minha direção, os olhos claros demonstravam pavor e os cabelos claros parecia que um furacão recentemente havia passado por ali. Suas pequenas pernas tropeçavam mas não a impediram de chegar ao seu destino, atrás de minhas patas traseiras.
— O que a assusta, pequena criança humana? 
Seus olhos claros se viraram em direção ao meu focinho e sua voz infantil respondia-me.
— Eles machucaram minha família e agora querem me machucar.
Novamente, perguntava a ela. 
— E porque tamanha maldade fora cometida, criança?
Seus pequenos olhos claros se nublavam de lágrimas que escorriam pelos cantos e se desviavam dos lábios em formato de botão. 
— Não entendo exatamente, mas não deixem que me peguem.
 Não sabia o motivo e tampouco me importava com ele, mas o instinto de proteção me abordou de um modo que nunca havia acontecido antes e então eu a protegeria. A bondade em meu coração queria ajudar a pequena humana, mas a certeza de que não poderia criar uma criança humana me atingiu. 
Lentamente, me afastava da criança e a acalmava, empurrando-a para uma zona segura - dentro de um tronco envelhecido - e partia em direção aos humanos. Meu tamanho não era de um lobo comum e sim superior, o que acabava facilitando para amedrontar os humanos mais velhos. Mostrar as presas e dar falsos indícios de que iria atacar foram o suficiente para os fazerem correr em direção oposta, com suas tochas e lanças esquecidas no chão. Vitorioso e orgulhoso, voltava marchando ao local que havia escondido a pequena criança.
Estranhamente, ela não me perguntou se me saí vitorioso, apenas olhava em minha direção com um expressão meiga. 
— Não existe local para onde posso voltar. Oh senhor da benevolência, poderia romper com minha triste vida?
Surpreso e sem pensar em meus atos e no quão difícil as coisas poderiam se tornar, apenas deixava as palavras saírem.
— Este imenso lobo a protegerá enquanto estiver ao meu lado, posso lhe garantir isso.
E da forma mais inocente que uma criança humana poderia fazer, ela tocou-me o focinho com sua pequena mão, o medo não habitava naquele jovem corpo.
 Completamente enfeitiçado pela doçura humana, uma doçura que eu acreditava não mais existir nos seres humanos, deixava com que ela ficasse próxima.
— Seu tempo de vida é um mistério para mim, pequena. - Dizia a ela.
A risada era como o mais suave tocar dos sinos, um som que não ouvia por longos anos.
— O senhor quer saber minha idade? Tenho de 8 anos para 9.
— E você possui um nome?
— Megg. E o senhor, como se chama? - As pequenas mãos alisavam atrás de minha orelha, como se fosse um pequeno cafuné.
— Fillin. Me nome é Fillin.
Abaixava-me sobre a relva e a instruía para que subisse em minhas costas. Ela brincava dizendo que parecia um cavalo, um pouco mais musculoso e baixo, com uma pelagem mais grotesca mas ainda assim a lembrava um cavalo. A inocência humana era algo interessante, muito interessante.
— Fillin? - Ela me chamava, a voz um tanto quanto sonolenta.
Movimentava a cabeça em direção a ela mas sem desfocar minha atenção da floresta à nossa volta e do caminho que seguíamos. 
— Onde iremos dormir? - Sentia o pequeno corpo se escorar em minhas costas enquanto suas mãos, aquelas pequenas mãos, se agarravam fortemente a pelagem próxima ao pescoço.
— Provavelmente em uma caverna. 
— Deve ser frio, não? - A curiosidade humana se assemelhava a canina.
— Não se preocupe com isso. - Dizia apenas isso, com tamanha segurança. 
Se houvesse frio, eu a esquentaria.
Se houvesse fome, eu a alimentaria.
Se houvesse sede, eu a levaria até um riacho para que se saciasse.  
A duvida que reinava era o que uma criança humana comia, do que se alimentavam e como. Não sabia, nunca havia ficado perto de crianças humanas anteriormente.

Ao amanhecer, meu olfato sentiu o cheiro de outros lobos. Menores, mas em bando. Não seria um problema enfrentá-los mas não gostaria que a pequena visse uma briga. Enquanto o bando sentia o cheiro da pequena criança, eu a escondia atrás de mim, servindo como um escudo. E tão silenciosa criança, não dizia nada ou até mesmo chorava, apenas ficava esperando minha próxima ordem.
 Ao adentrarem na caverna, eles perguntavam em meio a risadas e rosnados.
— Uma criança humana?   
— Ela parece saborosa, embora seja pequena. 
Em meio aos rosnados altos dos outros lobos, fazia minha voz se prevalecer.
— A pequena criança humana está sob minha proteção, afastem-se!
— Não sabemos qual a ideia você tem na cabeça mas uma fera nunca se alia aos homens. São traiçoeiros... 
— Se este lobo quisesse uma segunda opinião, teria perguntado aos outros. 
— Tolo. Tão tolo. - O que parecia o líder do bando, o Alfa, respondia. — Seu poder ainda é mais forte do que nossa quantidade e por isso deixaremos que a criança e você saiam ilesos. Vão!
Assentindo em concordância ao líder, fazia a pequena criança montar sobre minhas costas e partia da caverna, rosnando e latindo para um ou outro do bando, mostrando superioridade a eles.

PASSAGEM DE ANOS

Muitos anos havia se passado, a pequena criança havia se tornado uma bela humana. E vez ou outra, ela visitava vilarejos em busca de uma comida diferente ou vestes, trabalhando em alguma plantação ou apenas para cuidar de crianças mas diferente das outras jovens de sua faixa etária, ela se mantinha longe dos homens e próxima as mulheres de sua própria espécie. Havia aprendido cantigas, alguns passos de danças e até mesmo a lidar com ervas para o caso de se machucar.
Mas a paz que nós vivianos a muitos anos não durou muito e, seguindo-a de um dos vilarejos, um grupo de caçadores nos encontraram. Eles a queriam, não porque a beleza era o único ponto positivo, mas sim porque eles não a tinham. E ela não queria ir com eles, não aceitaria ir com eles. E antes de chegar até onde eu estava, eles a machucaram. A feriram no rosto e a deixaram no chão, fazendo ameaças cruéis.
O cheiro do sangue chegou até mim e rapidamente, parti em sua direção. Saltando entre os humanos e os atacando rapidamente, colocando um fim em suas miseráveis vidas até que o som de uma arma de fogo foi ouvida e uma queimação me atingia próximo as costelas. Sem me deixar cair, corria até o ultimo homem e o matava. Salvando, enfim, a pequena dama.
As plantas medicinais de Megg não foram o suficiente e assim, acabei por partir para o outro plano depois de 7 dias sofrendo com a dor e a febre.

No final, depois de alguns dias, Megg acabou por retirar a própria vida e seguir para o plano que Filin se encontrava, a saudade era tanta e a incerteza maior ainda. Ela queria o ver. E sempre, para todo o sempre, ficar ao lado do seu salvador.
Sem entender nada sobre religião ou deuses, Megg sabia que se existisse uma força superior a eles, não seria mesquinho de os privar um verdadeiro reencontro. Com a certeza e a fé que ela sabia existir, deixou que a lança a ceifasse. 

Passou-se horas, dias e até mesmo semanas e o desespero de Megg era cada vez maior. Ela não o via, não o ouvia e tampouco sabia como começar a procurá-lo mas era incapaz de desistir de sua missão. Quando o cansaço espiritual a atingiu e ela sentou-se sobre o chão de gramas verdes, desandou a chorar.
E então um homem parava em frente a ela, os olhos verdes a analisavam com curiosidade. 
— Por que o choro, jovem dama? - Ele perguntava, a voz parecia familiar mas ele não parecia ser aquele a quem ela tanto procurava.
— Achei que a morte me levaria até ele mas isso se provou apenas um tolo erro, portanto as lágrimas não param e eu estou cansada demais para continuar.
— Por que não continuou com sua vida? E quem seria o ele? - O rapaz perguntava, a paciência parecia tão familiar que ela enfim o olhou.  
Havia uma beleza diferente no rapaz, os olhos verdes eram familiares e reconfortantes mas ela tampouco se lembrava dele, nem sabia se alguma vez o havia visto. Os cabelos não eram escuros como os cabelos dos caçadores e tampouco tinha a pele bronzeada como eles, a roupa branca o deixava mais pálido. 
— Não era um humano e sim um lobo.
O rapaz sorria, pois sabia exatamente quem era ela e todos os motivos pelo choro, mas ainda não entendia o porque de ter cometido tamanho crime contra sua própria vida. Ele a conhecia tão bem, tão bem...
— Pequena dama, pequena Megg se for possível parar de procurar um lobo e procurar pela conexão de ambos, talvez me encontre. Eu achei você.
— Como pode saber meu nome? - Ela perguntava antes mesmo de o rapaz terminar sua frase.
— Não seja tola como todos os outros de sua espécie, olhe para mim... Olhe bem para mim.
Fazendo como ordenado, Megg o analisava. Os olhos verdes eram idênticos aos olhos de Fillin e havia alguma coisa no tom de pele que lembrava a pelagem pálida do enorme lobo mas os cabelos a confundia, pois havia tons diferentes por toda a extensão.
— Estou sou eu, pequena dama. - Ele dizia, abrindo os braços e deixando que ela o analisasse mais de perto.
— Por que nunca me contou? Fiquei o procurando tanto... - E o choro recomeçava no exato momento em que ela se jogava nos braços de seu eterno salvador.
— Apenas poderia proteger você como uma fera, como um lobo. 
Em meio ao abraço de seu protetor, Megg refletia sobre a vida e a morte de Filin e que o destino poderia ter sido cruel demais com um ser vivo que apenas fora bondoso em sua vida. 
— O destino não é cruel e tampouco age por maldade. O destino segue apenas o caminho que nos escolhemos trilhar e no momento que escolhi proteger você, selei meu destino e minha trajetória em vida. - Ele fazia uma longa pausa, suspirando e a afastando de si. — Mas não compreendo porque desistiu de sua vida.
— Não me pergunte, por favor.
— Diga-me. - Gentilmente, ele a tocava no queixo e a incentivava a contar o motivo, seus sentimentos e seu segredo sobre a partida.
— Como poderia viver sem você? Como poderia viver sem aquele que me protegeu durante tantos anos, daquele por quem, silenciosamente, eu chamava de anjo da guarda?
— Era o meu destino, não o seu.
— Se você acredita tanto assim no destino, porque não pode crer que minha decisão também foi baseado nas trilhas do destino?
— Não creio que sua decisão fora trilhada pelo destino mas sim por algo mais forte e mais bonito, gratidão. - A surpresa atingia a bonita face da humana. — Por ser tão grata, você veio atrás de mim e, felizmente, me encontrou.
As palavras não cabiam mais nos lábios e tudo o que restava para ambos era a companhia um do outro. Fillin lhe contou sobre sua vida humana e sobre o qual abdicou para se tornar um imenso lobo protetor. Não havia glórias, não havia arrependimento e acima de tudo, havia gratidão pela companhia um do outro.